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Sismógrafo perdido há oito meses no RJ é recuperado por surfista em praia de SC

Postado em 08/04/2021 por

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*Fonte imagem : Sismógrafo perdido há oito meses no RJ é recuperado por surfista em praia de SC*


Foto: Arquivo pessoal

Um sismógrafo que há quase oito meses tinha sido perdido por pesquisadores foi recuperado em uma praia de Jaguaruna (SC). O equipamento, que até então era um “objeto não identificado” para o surfista João Alberto Schmitz Filho, foi lançado em alto mar no Rio de Janeiro em 2019 e desde de julho do ano passado não era mais localizado. Na terça-feira (6) os responsáveis pelo aparelho que detecta os movimentos do solo foram até Laguna (SC).

“A equipe já tinha dado ele como perdido ou seria feito um grande investimento para resgatar o objeto com submarino. Mas, felizmente, o João prestou esse grande serviço para ciência brasileira”, disse o oceanógrafo, Ricardo Franco, que integra a equipe de pesquisa ao buscar o sismógrafo na casa do surfista.

O catarinense encontrou a peça no mar, da beira da praia do Figueirinha em 2 de abril. “De longe eu avistei uma peça brilhando à beira-mar. Achei que pudesse ser uma caixa preta de avião, por ser laranja. Se tratava de uma peça que era desconhecida até o momento”, disse João.

Intrigado com a função da peça, ele resolveu registrar um vídeo e postar nas redes sociais. A postagem teve muitos comentários e compartilhamentos e acabou chegando até a equipe responsável. “Eu trouxe para casa e fiz uma limpeza completa no objeto, quando eles [os responsáveis] viram o vídeo, ficaram até emocionados como tudo isso foi acontecer. Fiquei muito contente poder fazer parte de algo tão importante para a ciência. No fim, foi um final feliz. É mais uma história que fica, mais uma aventura boa”, declarou o surfista.

Equipamento se deslocou por mais de mil quilômetros

O objeto encontrado pelo surfista se trata de um dos sismógrafos de um projeto da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) em parceria com o Observatório Nacional que busca estudar minuciosamente o fundo do mar do Oceano Atlântico.

Ele foi encontrado “a cerca de 1.145 quilômetros em linha reta” de onde foi deixado. A suspeita é que condições extremas no mar, como a formação de um ciclone no oceano que causou agitação na água de segunda-feira (29) a quinta (1º), possam ter deslocado o equipamento entre a orla dos dois estados.

De acordo com o coordenador do projeto, Ântonio Klein, o artefato estava perdido desde julho de 2020 e havia sido lançada em alto mar pela equipe em 2019 no Rio de Janeiro, a mais de mil metros de profundidade.

Segundo o oceanógrafo, Ricardo Franco, que foi até Laguna buscar o sismógrafo na casa do surfista, em agosto de 2020 os pesquisadores foram até o local onde o equipamento devia estar para retirá-lo da água e coletar as informações, mas ele não emergiu na superfície.

A hipótese é de que tenha ficado preso na lama ou que o sensor dele não tenha funcionado.

Quando avistou o objeto, João estava com uma caminhonete, mas em razão do peso da peça, não conseguiu colocar no carro. Com a ajuda de outras pessoas ele conseguiu fazer a remoção. Antes gravou o vídeo mostrando o objeto e fazendo suposições de qual poderia ser a sua utilidade. “Vamos fazer a remoção deste objeto não identificado. Tentar levar para casa e descobrir do que se trata. Mas deve ser uma peça muito importante para o sistema de navegação ou medições. Se alguém souber o que pode ser, pode entrar em contato”, disse o surfista quando encontrou o sismógrafo.

Recuperação de um ano de dados

Ainda de acordo com Ântonio Klein, o resgate será de grande ajuda para os pesquisadores. “Recuperar cerca de um ano de dados que foram coletado. São esse dados que vão integrar a rede sismográfica brasileira”, afirmou o coordenador.

O projeto “Monitoramento Sismológico e Oceanográfico de um Segmento na Margem Sudeste do Brasil: Norte da Bacia de Santos ao Sul da Bacia do Espírito Santo” começou em julho de 2019 coordenado pelo Laboratório de Oceanografia Costeira da UFSC em parceria com o Observatório Nacional.

A iniciativa consiste no mapeamento de atividades sismológicas e oceanógrafas principalmente na região da Bacia de Campos, que é hoje um dos maiores complexos petrolíferos offshore (no mar) do mundo. O projeto será finalizado em maio de 2022.

Peças como essa recuperada são importadas e novas custam em torno 280 mil dólares. De acordo com o coordenador na pesquisa, foram lançados ao todo seis equipamentos ao mar: Quatro foram recuperados pelas equipes e dois se perderam. Com o resgate da peça achada em Jaguaruna, somente um objeto está desaparecido. “Não sabemos se está no local de lançamento ou à deriva.”

“É importante informar que se achar um equipamento no mar ou nas praias, o indicado é que procure as universidades mais próximas para comunicar o achado”, disse Antônio Klein.

Fonte: Portal Minutta

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