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‘Epidemia’ de Ozempic: descubra o que é o remédio para diabetes usado para emagrecer

Postado em 01/04/2023 por

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*Fonte imagem : Ozempic*


O Ozempic (semaglutida), medicamento inicialmente utilizado no controle do diabetes tipo 2, foi aprovado em 3 de janeiro deste ano para o combate à obesidade no Brasil. No entanto, o uso virou uma verdadeira “epidemia” na internet. Famosos, artistas e cantores se exibem, principalmente no Tiktok, mostrando o uso do medicamento.

De acordo com a médica endocrinologista e professora do curso de medicina da UFSC (Universidade Federal de Santa Catarina), Maria Isabel Cordioli, o uso para emagrecimento foi comprovado por estudos.

“Após verificar nos estudos clínicos (estudos com pacientes) que a medicação provocava perda de peso, passou a ser estudada também para essa finalidade. Hoje já há estudos que comprovam o efeito da semaglutida como auxiliar no tratamento para perda de peso em pacientes com ou sem diabetes”, explica.

No entanto, a profissional alerta: é preciso ter cuidado. Para ela, a divulgação da medicação, especialmente na internet, é um estímulo para a automedicação, o que é totalmente desaconselhável.

“O risco está no uso da medicação para alguém que tenha alguma contra-indicação, o uso da medicação de forma errada com doses inadequadas ou mesmo o uso da medicação sem a devida abordagem clínica necessária no acompanhamento de pacientes que necessitam perder peso. Nesse caso, o paciente pode ter como resultado uma perda de peso inicial que não se mantém por não terem sido abordados outros fatores clínicos ou comportamentais relacionados ao ganho de peso”, explica.

Na prática, há quem não deva tomar a medicação e que pode sim ter efeitos colaterais por não passar por um médico.

Isso tudo acontece porque no Brasil não é preciso ter uma receita para comprar o Ozempic. Porém, é preciso fazer um bom investimento. A caneta, forma mais comum de aplicação, custa entre R$ 750 a R$ 1.000.

Avaliação

Cordioli conta que o tratamento para perda de peso não deve ser focado apenas no uso de alguma medicação.

É preciso avaliar os aspectos do estilo de vida, investigar a ocorrência de fatores psicológicos e de outras doenças que podem estar associados ou contribuir para o ganho de peso. Só então, depois de todas estas avaliações, é que o remédio deve ser indicado.

Como funciona?

De acordo com o site oficial da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) o Ozempic é uma substância semelhante ao hormônio GLP-1, que produzimos naturalmente no intestino e que indica para o sistema nervoso a sensação de saciedade.

A injeção da semaglutida deve ser aplicada apenas uma vez na semana. No entanto, é comum na internet encontrar pessoas que “fracionam” a dose que deve ser de no máximo 1mg por semana, em injeções diárias. O risco, porém, é se a dose for fracionada de forma errada e, portanto, usada incorretamente.

Na internet

Recentemente, a cantora e influenciadora Jojo Todynho publicou em seu perfil oficial que fazia uso do medicamento. Todynho afirmou aplicar duas vezes por semana o medicamento.

A Novo Nordisk, fabricante da droga, emitiu uma nota contestando a forma como Jojo Todynho usa o remédio.

“A companhia não endossa ou apoia a promoção de informações de caráter off-label, ou seja, em desacordo com a bula de seus produtos”, disse o texto divulgado para a imprensa pela empresa.

A popularização do uso do medicamento é tão grande que um único vídeo de uma usuária do remédio no TikTok já conta com mais de 400 mil visualizações. Confira:

Falta nas farmácias

A possível falta do medicamento Ozempic (semaglutida) em 2023 tem gerado preocupação entre pacientes que dependem dele para controlar o diabetes tipo 2.  O informe foi feito pelo próprio fabricante.

A empresa explica que o desabastecimento é resultado de uma procura pelo produto muito maior do que a prevista.

Em seu site, a empresa diz notificou a Anvisa sobre as restrições de fornecimento do produto conforme estabelecido nas legislações vigentes. Durante esse período, os pacientes com diabetes tipo 2 afetados têm a opção de mudar o tratamento para outros medicamentos da mesma classe (análogos de GLP-1). Para isso, eles devem consultar o seu médico e seguir estritamente as suas orientações.

Segundo a Novo Nordisk, o reabastecimento de distribuidores, atacadistas e farmácias no país deve ser normalizado durante o segundo trimestre de 2023.

Flacidez pós-uso

Outro assunto bastante falado em torno do medicamento é o “rosto de Ozempic”. O resultado ocorre na face com a perda rápida de peso provocada pelo medicamento.

O dermatologista Otávio Macedo explica que alguns efeitos colaterais da semaglutida refletem na falta de vontade de comer e em enjoos. Quando não há ingestão de alimentos, o metabolismo consome o que há disponível para gerar energia, queimando no processo a gordura, mas também músculos, massa magra, ocasionando perda de colágeno.

“Esse medicamento é uma inovação e ótima alternativa para o tratamento de diabetes e obesidade. Mas o uso indiscriminado do medicamento como alternativa para perda de peso está atrelado a uma busca irreal por padrões de beleza”, diz ele.

Emagrecimento saudável sem aspecto de rosto ‘derretido’

O colágeno é a proteína mais importante para dar sustentação e firmeza para a pele. Segundo Otávio Macedo, é preciso repor o aporte de proteína adequado de acordo com a quantidade de quilos de peso de cada pessoa e suplementar com colágenos, como o Verisol, e peptídeos, como o Peptan.

Além disso, uma dieta equilibrada associada à ingestão de água, minerais e silício orgânico (exsynutriment, conhecido como ‘pílula da beleza’), ajuda na formação do colágeno.

A vitamina C também tem um papel importante. Além da produção de colágeno, possui ação antioxidante e fortalece o sistema imunológico. “É importante acrescentar aporte proteico das dietas. Dietas muito restritivas ou veganas costumam não suprir essa quantidade”, diz o médico.

Já na parte estrutural, a perda de peso e de gordura faz com que o rosto fique mais flácido. Para diminuir esse aspecto, o médico indica que o ideal é fazer estimulação de colágeno com tratamentos que utilizam aparelhos de radiofrequência (que vai até a derme) e ultrassom microfocado – que trabalha a musculatura levando a um efeito lifting.

É importante também trabalhar a musculatura do rosto para dar firmeza. Otávio compartilha que a grande novidade apresentada no IMCAS (Congresso Mundial de Cirurgia Plástica, da sigla em inglês), importante congresso europeu de dermatologia, é um aparelho: o Emface, da BTL.

Outra indicação para tratar esse aspecto de rosto “caído” é repor um pouco de volume com ácido hialurônico em pontos específicos.

“O mais adequado é que seja feita essa associação de tratamentos com acompanhamento médico durante o processo de emagrecimento. No primeiro sinal de uma flacidez facial por consequência da perda de peso muito rápido, é preciso repor colágeno com tecnologias e injetáveis, além de muita água e exercícios físicos”.

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