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Irmãos de rim: doação de órgãos cria laços entre transplantados para toda vida

Postado em 14/09/2023 por

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*Fonte imagem : Divulgação*


Brasil desponta como líder mundial em transplante de órgãos e reúne histórias de pessoas que tiveram nova chance após cirurgia

Em agosto de 2023, a doação de órgãos mudou a vida de dois paranaenses para sempre. A notícia de que rins esperavam por eles veio seguida de uma surpresa.

Após receberem os rins de um doador que faleceu, os pacientes Rômulo Messa Cardoso e Cleverson Meiras de Souza entraram no Hospital Universitário Cajuru, em Curitiba (PR), sem se conhecerem e saíram de lá unidos por um laço de irmandade.

“Recebi uma nova chance de viver e, ao mesmo tempo, alguém com quem compartilhar essa jornada de recuperação. Um irmão de rim que logo se tornou um amigo para conversar, dar risadas e fazer planos”, conta Rômulo, de 33 anos, que começou a apresentar refluxo urinário na infância.

Mais do que irmãos de rim, os pacientes também se tornaram vizinhos. Natural de Foz do Iguaçu, interior do Paraná, Cleverson precisou encontrar uma casa para morar próximo da capital paranaense durante os três meses após a cirurgia. Foi no hospital que ele descobriu que o novo endereço seria ao lado de Rômulo, em Araucária (PR).

“Ele não poupou esforços para me ajudar e, por meio dessa constante troca de informações e experiências diárias, está se consolidando uma amizade verdadeira que sei que vou carregar comigo para sempre”, afirma Cleverson, de 32 anos, que estava há mais de três anos aguardando por um rim.

Ato de amor

Movida pelo amor à irmã mais velha, a enfermeira Daniela Ribas, de 31 anos, doou uma parte de si no momento em que a saúde de Rosângela Fernandes mais precisava. A ligação entre elas se tornou ainda mais forte, a partir do transplante renal realizado em 29 de agosto de 2022, no Hospital Universitário Cajuru.

A doação em vida apenas foi possível porque a doadora apresentava compatibilidade com a paciente e boas condições de saúde.

“Ver minha irmã sofrendo com a doença renal crônica e dependendo da hemodiálise me fez não ter dúvidas de que precisava ajudá-la. Sem que ela soubesse, solicitei o exame de histocompatibilidade para o nefrologista responsável e, dias depois, chorei de emoção ao descobrir que poderia ser a doadora”, revela Daniela, que trabalha no mesmo hospital onde o transplante foi realizado.

De mãos dadas no pré-operatório, a união das irmãs foi selada para toda a vida. Após mais de 12 meses de espera por um rim, Rosângela pode voltar a aproveitar os momentos em família e fazer novos planos.

“Ter a Daniela como minha doadora traz uma emoção que vai além do que conseguiria expressar em palavras. Nunca vou deixá-la esquecer que, se estou aqui hoje, é porque ela tomou uma decisão grandiosa e salvou a minha vida. Para ela, toda a minha gratidão e amor”, reconhece a transplantada renal, de 40 anos, que convive com a diabetes tipo 1 desde jovem.

Da insuficiência renal até o transplante

O Brasil desponta como um dos líderes mundiais em transplante e retoma os índices pré-pandemia. Segundo dados da Associação Brasileira de Transplante de Órgãos (ABTO), foram quase 26 mil transplantes de órgãos, tecidos e medula óssea em 2022 e, apenas no período de janeiro e junho de 2023, foram realizadas cerca de 14,1 mil cirurgias, sendo mais de 2,8 mil delas relacionadas ao rim.

O transplante de rim é a única opção quando o órgão não funciona nem se recupera com tratamentos convencionais. Causada principalmente pela pressão arterial alta e diabetes, a doença renal crônica afeta a capacidade dos rins de filtrar os resíduos metabólicos do sangue e implica na necessidade de hemodiálise para realizar essa função.

Quando o prejuízo é irreversível e grave, a saída é o transplante: um procedimento de alta complexidade, que exige muita competência médica, estrutura hospitalar e solidariedade humana.

Para que a vida continue, uma única conversa se declarando doador pode mudar tudo. No Brasil, o número de doações tem aumentado e batido recorde ao alcançar uma média de 19,2 doadores por milhão de habitantes no primeiro semestre deste ano.

Fonte: Oeste Mais

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