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R$ 50 mil e chácara: o que está por trás de caso de empresário morto a mando do filho em SC

Postado em 02/02/2024 por

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Empresário foi morto a mando do filho em Indaial na última segunda-feira (29); Polícia Civil revelou toda a dinâmica do caso em coletiva de imprensa

Em uma coletiva de imprensa na manhã desta sexta-feira (2), a Polícia Civil esclareceu detalhes sobre o assassinato do empresário Márcio Elizeu Melo, de 45 anos, esfaqueado e morto a mando do próprio filho, de 18 anos em Indaial, no Vale do Itajaí. O fato aconteceu na casa da família, na madrugada de segunda-feira (29), no bairro Estrada das Areias.

Além do filho do casal, um amigo dele também foi preso de forma temporária, por suspeita de envolvimento no assassinato brutal.

Na coletiva de imprensa, o delegado Filipe Martins, ao lado de um agente de Polícia Civil de Indaial e da Delegada Regional de Polícia de Blumenau, Juliana Tridapalli, revelou que o outro suspeito do assassinato recebeu uma proposta do filho que orquestrou a execução do pai.

O filho trabalhava em uma pequena metalúrgica que os pais tinham em Indaial e não aceitava ser tratado ‘como mero funcionário’, nas palavras do delegado. Até o momento, esta seria uma das razões que a Polícia Civil acredita que foram o estopim da morte brutal do pai e da tentativa de assassinato da mãe.

Há pelo menos dois meses, o suspeito confidenciou que orquestrava o assassinato do pai a este amigo. Horas antes do crime, na noite de domingo (28), o filho saiu da casa dos pais, deixando uma janela da casa propositalmente aberta.

Na noite de domingo (28), o filho foi para a casa do amigo, trocou de roupa, voltou para a casa, onde ele e o amigo entraram por uma janela. Os suspeitos entraram na casa por uma área de mata. Antes de entrar, o filho perdeu a faca com a qual planejava matar o pai.

Câmeras ajudaram na identificação do filho do casal, em um momento que ele foi até a cozinha, tentando encobrir o rosto com uma camisa, para pegar uma outra faca para praticar o assassinato dentro de casa. A forma dele de andar foi reconhecida por familiares do filho de Márcio, em depoimentos colhidos pela Polícia Civil.

Os policiais descobriram que o filho do empresário combinou com o amigo que ele iria matar o próprio pai e que o amigo do suspeito avançaria contra a mãe.

Contudo, o filho não contava que o pai ouviria o barulho de pessoas dentro da casa e sairia do quarto do casal. No momento em que deixa o cômodo, o pai dá de cara com o amigo do suspeito dentro da casa e o amigo esfaqueia Márcio no pescoço.

Ambos entram em luta corporal e Márcio perde a vida. Ao mesmo tempo, o filho vai até a mãe e a ataca dentro do quarto. A mulher, ouvida em depoimento pelos policiais, não sabia que seu algoz era justamente o filho.

A mulher tentou se defender sozinha, mas acabou golpeada na região do tórax, seis a sete vezes. Na sequência, o amigo do suspeito avança novamente na direção dela e dá facadas na região das têmporas, entre o olho, a orelha e a bochecha.

O pai do suspeito continuou deitado e não teve mais reação. Da mesma forma, a mulher continuou desacordada no imóvel e a dupla achou que ambos estavam mortos. Após isso, eles vão embora da casa.

Em sequência, a Polícia Civil conseguiu fazer a busca e apreensão dos celulares do filho do casal e, convocado para prestar depoimento, o principal suspeito deu versões contraditórias.

Percebendo que não conseguiria se livrar das responsabilizações que lhe caberiam e das provas que haviam contra ele, depois de duas horas de interrogatório, o filho de Márcio Elizeu Melo confessou que era o mentor intelectual do assassinato do pai e que participou da ação.

Morte de empresário foi alvo de ‘proposta’ do filho para amigo

Interrogado, o amigo do filho do empresário contou aos policiais que recebeu uma proposta de R$ 50 mil e de um carro da família, uma Chevrolet Montana, para colaborar na ação e que resolveu aceitá-la. Ao amigo, o filho do empresário repassou detalhes de todo o layout da casa e da dinâmica das câmeras de segurança.

A narrativa dele era que, com o crime consumado e sem resolução, o carro seria vendido, a empresa do pai, uma pequena metalúrgica, poderia ser vendida também e ambos poderiam comprar uma chácara para cultivar drogas.

Havia até uma suposta parceria que ambos, filho do empresário e o amigo, repartiriam a “iniciativa criminosa” em 50%, disse o delegado Filipe Martins Alves Pereira.

Ao longo da coletiva, o delegado revelou que o amigo do filho do empresário poderia ter envolvimento com o tráfico de drogas pois encontrou vídeos suspeitos no celular apreendido.

A namorada do filho do empresário também foi ouvida e confirmou a veracidade da gravação, de autoria do amigo do principal suspeito de arquitetar o crime. Na gravação, que é curta, drogas aparecem sendo pesadas em uma balança de precisão.

Em meio a um depoimento contraditório do principal suspeito, o agente de Polícia Civil que conversou com ele disse que estranhou o ‘susto’ que o jovem de 18 anos tomou ao ser comunicado que a mãe estava viva.

A Polícia Civil confirmou que o casal não teria seguro de vida, seguro de patrimônio, da empresa, ou de nada além do que pudesse ser ofertado, como o foi, pelo principal suspeito.

Após ser desmascarado, o filho não chorou e sequer demonstrou qualquer reação pela perda do pai. Em interrogatório, ele disse que não faria aquilo de novo, sinalizando que em tese possa estar arrependido.

inquérito policial que conduz o caso deve ser fechado em 30 dias, estimam os investigadores. Algo que chamou a atenção ao longo do processo, segundo o delegado que conduz o inquérito, é que o filho confirmou que fez ‘manobras cibernéticas’ para dificultar a investigação.

Fonte: NDMais

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